O estudo, assinado por Scott Bogue, do Occidental College de Los Angeles, e Jonathan Glen, do Serviço Geológico dos Estados Unidos, está na revista científica "Geophysical Research Letters". Para chegar à conclusão, eles analisaram rochas vulcânicas no Estado de Nevada (sudoeste dos EUA).
ÍMÃ E CLIPE
Rochas vulcânicas são importantes para estudar o passado do campo magnético da Terra porque o ferro na composição delas responde ao magnetismo terrestre, do mesmo modo que um clipe de papel é atraído por ímãs.
Quando as rochas vulcânicas ainda estão esfriando e se solidificando, o ferro nelas se dispõe seguindo a orientação do norte magnético da Terra (é esse norte que as bússolas apontam). Depois que o mineral esfriou, essa orientação não se altera mais.
Assim, basta analisar a composição das rochas para saber para que lado ficava o norte magnético quando elas foram formadas.
Examinando as rochas em Nevada, Bogue e Glen verificaram que, há cerca de 16 milhões de anos, o campo magnético da Terra teria sofrido uma virada de 53 graus ao longo de apenas um ano (para completar a troca de norte por sul, são necessários 180 graus). Segundo a revista "New Scientist", havia dúvidas se uma mudança tão rápida seria possível.
Isso porque a hipótese mais aceita para as trocas de sul por norte defende que mudanças no metal líquido do centro da Terra, onde é gerado o campo magnético, é que seriam responsáveis pelas alterações. O tempo de poucos anos seria curto demais para que reviravoltas significativas acontecessem.
Por isso, outros pesquisadores, como Peter Olson, da Universidade Johns Hopkins, contestam a nova pesquisa, dizendo que os efeitos podem ter sido locais.
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