Para quem não sabe, o Foro de São Paulo é a recriação, nos tempos atuais, da antiga OLAS (Organização Latino-americana de Solidariedade), entidade (subversiva) internacional fundada por Fidel Castro e Salvador Allende, em Havana, na metade dos anos 1960, inspirada na idéia criminosa de se abrir várias frentes de luta para libertar a América Latina da influência do “imperialismo ianque e seus comparsas opressores”, no fundo, trocado em miúdos, a velha tentativa de materializar a fórmula preconizada pelo “Che” Guevara de se instalar “um, dois, três, mil Vietnãs na América Latina”.
De fato, os anos 1960 foram decisivos para a propagação do modelo revolucionário cubano no espaço continental. Na prática, no entanto, embora Fidel Castro ainda permaneça à frente do poder na ilha-cárcere, a expansão do seu socialismo por meio da luta armada, conforme previsto, fracassou feio. Ou melhor, fracassou miseravelmente.
É justamente do fracasso da Revolução de Fidel que trata o bem estruturado “A otra Cuba”, documentário dirigido por Orlando Jiménez-Leal e Jorge Ulla, tendo como âncoras os jornalistas exilados Valério Riva e Carlos Franqui - este último autor do livro “Retrato de Família com Fidel” e um dos homens-chave dos primeiros anos da revolução, com poderes para convocar e dispensar ministros.
O documentário em pauta, de 2 horas de duração, com formato para exibição em capítulos televisivos, representa a soma de dois anos de trabalhos empreendidos pelas produtoras SPA, SACI, R.A.I. e Guede Films.
O documentário, agora disponível no Youtube, é um painel abrangente, dividido em onze partes, evoluindo numa montagem célere, convergente e divergente, a confrontar fatos e versões que nos dão conta da ruinosa presença da revolução cubana dentro e fora da ilha-cárcere.
O relato cinematográfico começa por citar a frase de Cristóvão Colombo que distingue Cuba como “a terra mais formosa já vista pelos olhos humanos”, para depois, por antagonismo, em corte seco, mostrar levas de cubanos (dez mil, de início) invadindo a Embaixada do Peru para pedir asilo.
Neste enrodilhado concêntrico, dividido em temas e subtemas, o documentário evoluí de forma objetiva e envolve plenamente o espectador. Na sua primeira parte, o rico acervo de imagens nos mostra a Cuba do ditador Fulgêncio Batista que, ao contrário do que se imagina, não era apenas a república “bananena” decantada por Fidel, mas, sim, uma nação catalogada entre as cinco potências do continente.
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Por Ipojuca Pontes
http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/11354-la-otra-cuba.html
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