segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ARJUNA, O ARCO E FLECHA


O príncipe Arjuna e seus quatro irmãos mais novos suplicaram ao sábio brâmane Drona, o Mestre no manejo do arco, que os aceitassem como alunos.

Drona, entretanto, era um velho que considerava o tempo algo de muito valor; há muito que ele não acolhia jovens da nobreza como discípulos.
Por isso, os irmãos tinham que qualificar-se como candidatos por meio de um teste pelo qual cada um pegava o arco, adotava uma posição específica e respondia a suas perguntas.

O mais jovem empunhou o arco e se concentrou.
Drona perguntou-lhe, "O que você vê?" Ele respondeu,
"Vejo a montanha do outro lado do vale, o céu, as árvores e um pássaro no topo de uma árvore."
"Não", disse Drona, "você não passa. Afaste-se."

O segundo irmão tomou seu lugar com o arco.
"O que você vê?", perguntou o Mestre.
"Vejo o céu, a montanha, uma árvore, um pássaro no seu ramo principal e vós, Mestre, pelo canto do olho."
"Sinto muito", disse Drona, "você também não passa.

O próximo!"
O terceiro irmão disse, "Mestre, não posso vê-lo, mas ouço sua voz; vejo apenas a árvore, seu tronco e o pássaro."
"Desça", disse o brâmane, "pois você também está reprovado."

O quarto irmão via somente o tronco e o pássaro, mas também ele, como os demais, não teve êxito.

Finalmente Arjuna, tendo observado a concentração e foco dispersos de seus irmãos mais jovens, tomou sua posição e pegou o arco.

"O que você vê?", perguntou Drona.
"Vejo apenas o pássaro, Mestre", disse Arjuna.
"Olhe novamente; concentre-se mais", disse-lhe o mestre.
"Ah! Vejo somente um ponto no centro da testa do pássaro!"

"Muito bem. Solte a flecha. Você será meu aluno!", disse o Mestre.

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