Os signatários da campanha “Paz Sim, NATO Não!” consideram a Aliança Atlântica “uma das principais ameaças à paz global”, tendo agendado uma manifestação para o segundo dia da cimeira da NATO em Lisboa, a 20 de Novembro.
Em declarações à Agência Lusa, Filipe Ferreira, da direcção do Conselho Português para a Paz e Cooperação, afirmou hoje, quarta-feira, que a manifestação “servirá para expressar a oposição (da campanha “Paz Sim, NATO Não!”) ao envolvimento cada vez maior de Portugal com a NATO e com os seus objectivos agressivos em relação aos povos de uma forma geral”.
A campanha contra a Cimeira da NATO em Portugal realiza hoje, quarta-feira, uma jornada de distribuição de informação em várias cidades que marca o início da última fase de mobilização nacional para a participação na manifestação de 20 de Novembro.
“O dia de hoje é a recta final de uma campanha que se iniciou em Janeiro, congregando mais de 100 organizações nacionais, e que tem vindo a desenvolver muitas acções de alerta (…) para os objectivos da NATO e, especificamente, para a cimeira em Lisboa agendada para Novembro”, especificou o responsável.
O conjunto de iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas nos últimos meses têm como objectivo apelar aos cidadãos para que “convirjam na dinamização e reforço de um amplo movimento que dê expressão pública à oposição à realização da Cimeira da NATO” em Portugal.
Filipe Ferreira salientou que “Portugal entrou para a NATO como membro fundador no período do fascismo o que, logo à partida, diz muito sobre o carácter democrático desta” organização.
“A NATO neste momento é identificada por nós e pelas organizações que pertencem à campanha como uma das principais ameaças à paz global”, adiantou.
“A dissolução da NATO seria pelo menos, pela parte de Portugal, o respeitar do que está na Constituição portuguesa que, no seu artigo XII, defende a dissolução dos blocos politico-militares”, destacou.
A NATO é “neste momento é um instrumento de agressão a outros povos e de conquista de recursos naturais”, acusou.
Filipe Ferreira considerou que as situações de conflito, de acordo com o Direito Internacional, deveriam ser resolvidas no âmbito das Nações Unidas.
“Esse sim, é um órgão de representação a nível global, e não uma aliança de alguns países que neste momento se arrogam o direito de intervir em qualquer parte do mundo”, defendeu.
A cimeira da NATO em Lisboa, a primeira a realizar-se em Portugal, está marcada para os dias 19 e 20 de Novembro e irá contar com a presença de chefes de Estado e de Governo, ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa dos 28 Estados-membros da Aliança Atlântica e de países parceiros.
A Casa Branca já confirmou a presença do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
O encontro na capital portuguesa deverá ser dominado pela aprovação do novo conceito estratégico da organização (o último é de 1999), pelo processo de reforma das estruturas e comandos e pelo conflito no Afeganistão.
Fonte: JN
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