terça-feira, 17 de agosto de 2010
Médio Oriente teme efeito do embargo russo de trigo
Carência de cereais pode aumentar o preço do pão, o que provoca tensões sociais
por LUMENA RAPOSO
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1641924&seccao=M%E9dio%20Oriente
As consequências nefastas dos fogos que assolaram a região de Moscovo vão muito para além das fronteiras russas: alcançam o Médio Oriente e o mercado internacional. Em causa, a decisão do primeiro-ministro Vladimir Putin de proibir a exportação de cereais até ao fim do ano, uma medida que entrou ontem em vigor e poderá prolongar-se até 2011, caso Moscovo o ache necessário.
Terceiro exportador mundial de trigo, cevada e centeio - entre outros cereiais - a Rússia é praticamente o "celeiro" do Médio Oriente, sendo o Egipto o seu principal comprador. Faltando os cereiais russos, o Cairo - como outras capitais da região - terá de se voltar para outros mercados, provavelmente os dos países da União Europeia, para dar resposta às necessidades das suas populações.
Analistas revelam que a decisão russa se prende com o desejo de evitar qualquer risco de conflitos sociais que ocorreriam caso se verificasse um aumento brutal do preço dos alimentos. Aliás, Putin não o escondeu quando, ao anunciar a medida, afirmou: "É preciso impedir a inflação dos preços e salvar também o gado russo" que teria de ser abatido em consequência do aumento do preço dos cereais no mercado interno.
Mas se Putin resolve os seus problemas internos com a proibição temporária das exportações, outros há que veem nela a ameaça de crise dentro das suas fronteiras. Tanto mais que a medida russa já provocou o aumento do preço dos cereais nos mercados internacionais, em especial no americano.
Uma das consequências desta "especulação" será o aumento do preço do pão, medida explosiva em países do Médio Oriente onde grande parte da população subsiste apenas com esse alimento.
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