quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Avanço do mar já está reduzindo faixa de areia no Brasil


Um estudo apresentado durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizado no fim de julho no Rio Grande do Norte, trouxe dados que mais uma vez evidenciam os efeitos do aquecimento global sobre o planeta.

O estudo confirma aquilo que os moradores da orla marítima já sabem há muito tempo: a areia das praias do litoral brasileiro está perdendo espaço com o avanço do mar.

Para o geólogo e geógrafo Dieter Muehe as mudanças climáticas estão provocando tempestades em ritmo acelerado e a elevação acelerada do nível do mar na costa brasileira já é uma realidade. Alguns exemplos recentes como as ressacas que ocorreram na Praia da Armação, em Florianópolis, SC, ou na Praia da Caueira, em Itaporanga d'Ajuda, em Sergipe, mostraram a vulnerabilidade das faixas de areia que correm o risco de desaparecer das praias do Brasil.

"As regiões urbanas são as que correm mais risco. Isso está acontecendo em várias praias do Rio de Janeiro, como Piratininga, Ipanema e Cabo Frio", disse Muehe.

Ao lado das mudanças no clima, a ação direta do homem também contribui de forma significativa para a resposta do mar. Construções muito próximas da praia que invadem a faixa de areia são as primeiras a serem atingidas pela maré alta, obrigando no futuro a desocupação da região.

Segundo Muehe, a situação pode ser revertida por meio de dragagens com areias idênticas às da praia ou mais grossas. Segundo o especialista, é preciso fazer valer a lei e respeitar a distância prevista para as construções ao longo da orla, que variam de 50 a 200 metros do mar. Em grande parte da orla brasileira essa distância não é respeitada e os impactos do mar são visíveis a cada ano que passa.

Muehe acrescentou em seu estudo que já existem algumas praias no mundo em que a areia é reposta anualmente. No entender do pesquisador, no Brasil essas ações precisam ser intensificadas e coordenadas de forma mais eficiente e objetiva e pouca coisa está sendo feita nesse sentido.

http://www.apolo11.c/mudancas_climaticas.php?posic=dat_20100824-101600.inc

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