Crise nuclear no Japão chegou ao nível máximo mundial, admite o governo
Um mês após o tremor seguido de tsunami que devastou a região nordeste do Japão e deu início à crise nuclear na usina de Fukushima, o governo elevou a gravidade do desastre de 5 para 7 na escala INES, colocando o acidente no mesmo nível de Tchernobil, na Ucrânia, considerado até então o maior desastre do gênero no mundo.
De acordo com as agências de notícias Kyodo e France Presse, a Agência de Segurança Nuclear japonesa confirmou o aumento de gravidade do desastre em entrevista coletiva na manhã de terça-feira no horário local (noite desta segunda-feira em Brasília).
Fontes da agência governamental haviam adiantado à emissora japonesa NHK que a decisão foi tomada após a constatação de que quantidades consideráveis de substâncias radioativas têm vazado da usina nuclear de Fukushima, e que tais materiais colocam em risco a saúde humana e o meio ambiente num raio em torno do complexo maior do que se estimava.
A decisão do governo chega um dia após o país ter sido atingido por dois novos tremores, um de magnitude 6,6 e outro de magnitude 6,4. O segundo foi sentido em Tóquio, onde prédios balançaram.
Um incêndio também atingiu o reator 4 da usina de Fukushiman nesta segunda-feira, mas foi extinguido antes de causar maiores danos.
O governo já tinha dado sinais de que estava mudando sua posição quanto à gravidade da crise durante a segunda-feira, quando decidiu aumentar a zona de exclusão em torno da usina para além dos 20 km estabalecidos até então.
Crianças, grávidas e pacientes hospitalizados devem passar a ficar fora em algumas áreas a 20 ou 30 quilômetros do complexo nuclear, disse o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano.
TCHERNOBIL
O acidente da usina nuclear de Tchernobil, norte da Ucrânia, em 1986, é considerado o pior da história. A explosão foi de nível 7, o topo da classificação da Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos.
A usina de Tchernobil, construída pela antiga União Soviética na década de 1970, explodiu durante um teste de segurança.
A explosão de um reator liberou uma grande quantidade de material radioativo no solo e na atmosfera. Ao menos 50 pessoas morreram imediatamente, e houve aproximadamente 4.000 casos de câncer provocados pela radiação.
As autoridades soviéticas tentaram "abafar" o estrago, o que aumentou a contaminação. O acidente fez com que o mundo passasse a questionar o uso da energia nuclear.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/901411-crise-nuclear-no-japao-chegou-ao-nivel-maximo-mundial-admite-o-governo.shtml
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