sábado, 2 de abril de 2011

Autoridades japonesas consideram transplante

As estaminais devem ser recolhidas antes da exposição.


As autoridades japonesas estão a ponderar recolher e congelar células de trabalhadores e engenheiros da central nuclear de Fukushima, no caso de estarem expostos a perigosos níveis de radiação, segundo avançou hoje o diário britânico «The Guardian».




Esta proposta é concebida como uma medida de precaução que poderá salvar a vida dos operários que se debatem por manter os reactores nucleares danificados sob controlo. Elevados níveis de radiação podem provocar doenças perigosas e até a morte, mas o estado dos pacientes pode ser tratado caso seja detectado a tempo e sejam submetidos a um transplante de células estaminais recolhidas antes da exposição.

Segundo o jornal inglês, o procedimento requer que os trabalhadores tomem um medicamento durante vários dias, para que a medula óssea liberte células estaminais no sangue. Posteriormente, são ligados a uma máquina, onde o sangue é filtrado para que as células sejam extraídas. Esta técnica já é utilizada em pacientes para tratar cancro, em pessoas cuja medula óssea esteja danificada devido a quimio e radioterapia.



Já há mais de 50 hospitais europeus que se disponibilizaram a ajudar os japoneses caso seja necessário.

Contudo, há quem não concorde totalmente com a medida. Por exemplo, um médico norte-americano e que está a aconselhar o governo japonês, Robert Peter Gale, referiu que é importante ter em conta que estão a lidar com 800 operários e que as células apenas poderão servir a uma pequena percentagem deste grupo.



O especialista recorda ainda que as células podem reconstituir a função da medula óssea, mas esse não é o único alvo de radiação; os pulmões, área gastrointestinal e a pele também são áreas susceptíveis de sofrer danos.

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