Urano e Marte, Júpiter e Mercúrio se reúnem em volta do Sol e da Lua Nova de Áries, para anunciarem, depois de 165 anos, a entrada de Netuno em Peixes.
JOSÉ MARIA GOMES NETO
Na Antiga Babilônia e Assíria, a chegada da primavera marcava o começo do ano. O primeiro mês, Nisannu, começava no pôr do sol mais próximo ao equinócio da primavera, no qual o filete Lunar Crescente faz sua primeira aparição. E essa é uma data que em nosso calendário atual ocorre em algum dia entre 13 de março e 11 de abril.
A Lua Nova de Áries então, que ocorre após o Ingresso Solar, tradicionalmente aceito como marco do início do ano astrológico, é uma das mais (se não a mais) importantes lunações do ano, sinalizando em seu simbolismo campos informacionais com as qualidades disponíveis no céu, para o ciclo que aí se inicia, e, por sincronicidade, encontra correspondência com os principais eventos do ano, que já estão ocorrendo, e os desdobramentos do que está por vir.
Neste ano, a Lua Nova de Áries acontece no dia 3 de abril, para o Rio de Janeiro, as 12h32 – porém esse é um momento em que a Lua se encontra imersa na luz e energia do Sol e por isso mesmo não pode ser avistada.
NISANNU - no dia 4 de abril, o primeiro o filete de luz da Lua crescente aparecerá logo após o pôr do Sol, dando início assim ao primeiro mês lunar do novo ciclo solar.
Mas o que há de mais importante nesse céu é a relação entre a grande concentração planetária em fogo e o ingresso de Netuno em Peixes.
A energia está para a Luz, como a atenção está para consciência
Quando alguém risca um fósforo, ou acende alguma fogueira é quase impossível não colocar atenção plena no que está fazendo. Diante desse elemento, fogo, todo cuidado é pouco, pois algo pode causar danos e destruição imediata e irreversível, quase que instantaneamente, e ainda correr o risco da ação sair do controle. Mas é justamente esse fato, de ter que lidar com muita atenção, ou com uma qualidade de atenção especial, diferente daquela ordinária e automática do dia a dia, que promove a grande oportunidade de acionarmos o estado de PRESENÇA, 110% presente, alerta, desperto, que nos leva à aquisição de novos aprendizados e de mais e mais consciência.
Os sinais de fogo que estão no céu, da mesma forma evocam a sensação e percepção de PERIGO: um alerta para toda a humanidade, e encontram correlação com os recentes e explosivos acontecimentos na Terra. A intenção positiva dessa situação é promover uma mudança de consciência e de atitude, por parte da pequena parcela de humanos que decide pela vida da grande maioria. Aprender a lidar com o fogo é como aprender a lidar com a atenção, mais do que necessário, é uma responsabilidade, pois promove consciência, e uma vez acesa, pode se tornar difícil de ser apagada.
Ratificando o que já havia escrito nos artigos anteriores: "A Natureza do Fogo" e " A Natureza não espera pelos homens" - sobre os rumores de guerra, que se tornaram Guerra, a sensação de um vulnerável barril de pólvora, como um pavio acesso que percorre as proximidades dos poços de petróleo no Oriente Médio e norte da África, com as situações do Egito, Líbia, Iêmen, Bahrein, Síria que ainda se inflamam nas ruas, e o desafio da derrubada das últimas ditaduras com traços dos antigos imperadores, que se expande além fronteiras. E isso é só o começo do ciclo.
Urano já entrou definitivamente em Áries, exatamente no mesmo dia dos Terremotos e Tsunamis no Japão (11 de março) - e não tem mais volta!
Nisso reside pelo menos duas fontes de simbolismo:
- O FOGO PRIMORDIAL de Áries já foi previamente aceso, com a ativação da renovação da vida no planeta. É a ignição, partida para um novo tempo, que se encontra disponível no céu de Nisannu-2011, para promover e acelerar a combustão do que precisa mudar.
- E o FOGO PROMETÉICO de Urano, planeta descoberto durante o período das grandes revoluções no mundo ocidental que é ativado com a entrada do Sol no equinócio de Áries. Como um deus, Urano rouba o fogo dos demais deuses para compartilhar com os homens, aprisionados na loucura da ignorância da escuridão do próprio ego.
Mas e os homens?
Saberemos o que fazer com o fogo novo de Urano, tamanho poder à luz da liberdade?
A última passagem da conjunção de Júpiter e Urano nessa região do zodíaco, entre Peixes/Áries foi de março de 1927 a abril de 1928, resultando num marco histórico para a revolução da ciência e das grandes descobertas da física quântica que vieram a seguir, em lidar com a energia atômica, podendo até auto intitular-se: o alvorecer da Era Nuclear.
Nessa ocasião aconteceu por sincronicidade, o histórico evento 5o Solvay Congress in Bruxelas, do qual participaram os mais importantes cientistas da época, entre físicos, químicos, matemáticos que ganharam Prêmio Nobel estavam Bohr, Heisenberg, Wolfgang Pauli, Albert Einstein, Erwin Schrodinger, Max Born, Max Planck, Hendrik Lorentz - e outros, culminando numa verdadeira revolução na física e mudança de paradigmas científicos.
Poderíamos, até então, chamá-los de "Gênios" que foram libertados da lâmpada mágica, ou que libertaram a percepção científica da humanidade, da garrafa e também a energia contida na matéria. Nesse período foram formulados e publicados os dois maiores axiomas da mecânica quântica: Princípio da Indeterminação de Heisenberg e o Princípio da Complementariedade de Bohr.
Hoje nos deparamos com grandes paradoxos gerados pela "genialidade" liberta da lâmpada maravilhosa, na inabilidade de saber o que fazer com ela! Qual é o sonho do futuro a construir?
Tomando como exemplo o Japão, um país que quase foi aniquilado pela explosão de duas bombas atômicas na década de 40, portanto tem na própria pele a experiência, ainda a consciência e a lembrança da dor do sofrimento do poder destruidor desse tipo de tecnologia, hoje possuir um arsenal (apesar de não ter exército armado) de mais de 40 usinas nucleares espalhadas por todo arquipélago. E pior, construí-las conscientemente sobre falhas geológicas sujeitas a grandes terremotos e tsunamis, com o risco de a qualquer momento acontecer o que aconteceu, exatamente no dia em que Urano entrou em Áries. Essa é a vingança de Hiroshima e Nagasaki. As consequências para o mundo ainda são desconhecidas. Parafraseando Jung:
"Quando a gente não reconhece uma situação interior, ela se manifesta no exterior em forma de fatalidade". Quase sempre é o que ocorre quando não realizamos a consciência que temos.
Assim, o planeta Terra hoje se encontra repleto de "sementes atômicas", e tantas outras usinas nucleares espalhadas pelo mundo inteiro, prontas para, a qualquer momento, germinarem.
A aceleração do processo de destruição da natureza provocado por artifícios antinaturais disponíveis ao homem pela Era Nuclear, amplia a esfera de autodestruição da sociedade de consumo, transforma o medo da guerra nuclear menor, em comparação à contaminação do ar, das águas, dos alimentos e da vida no planeta, não apenas diretamente pela irradiação atômica, provocada por acidentes como esses das Usinas Nucleares do Japão, mas por tornar todas as consequências derivadas dessa antinatureza.
Ilusão que, como crianças, saberemos lidar com tudo que está aceso. Parece termos libertado o gênio da garrafa, acreditando que o problema de energia estaria solucionado no mundo, para suplicarmos a um só único pedido: - volte para a garrafa, antes que destrua o mundo! Tal é a incapacidade, ou inabilidade arquetípica, do homem lidar com o poder do fogo.
Um novo nascer do Sol, um novo despertar, o céu de Nisannu não nos espera! Netuno entra em Peixes: é preciso começar a fazer a piracema...
21 de março de 2011
http://www.oficinadeastrologia.com/
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