Pyongyang ameaça dar 'resposta física' a manobra militar
23 de julho de 2010 | 11h 33
Agência Estado e Associated Press
HANÓI - A Coreia do Norte ameaçou os Estados Unidos e a Coreia do Sul com uma "resposta física" aos exercícios navais marcados para este final de semana. As tensões com o país comunista sobem por causa do naufrágio de um navio de guerra sul-coreano, ocorrido em março e que matou 46 marinheiros, que teria sido responsabilidade de Pyongyang.
No Vietnã, onde participa de um fórum regional do sudeste asiático, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton e autoridades norte-coreanas trocaram farpas sobre o incidente naval, os exercícios militares e a imposição de novas sanções dos Estados Unidos contra Pyongyang.
O porta-voz da delegação norte-coreana para as conversações, Ri Tong Il, repetiu a negativa de Pyongyang sobre a responsabilidade no naufrágio e disse que as operações militares são uma violação de sua soberania que lembram os dias da "diplomacia das canhoneiras" do século 19. Os exercícios serão "outra expressão da política hostil contra" a Coreia do Norte. "Haverá resposta física contra a ameaça imposta pelo Exército dos Estados Unidos", disse Ri a jornalistas em Hanói.
Hillary respondeu dizendo que os Estados Unidos desejam se reunir e negociar com Pyongyang, mas que esse tipo de ameaça só eleva as tensões. Ela acrescentou que o progresso no curso prazo parece improvável, dadas as circunstâncias. "É desolador quando a Coreia do Norte mantém suas ameaças que causam tanta ansiedade entre seus vizinhos e na região", disse ela aos jornalistas.
Pouco antes de Ri falar, Hillary havia criticado os atos beligerantes da Coreia do Norte, advertindo que o país deve reverter a "campanha de comportamento provocativo e perigoso" se quer melhorar as relações com seus vizinhos e com os Estados Unidos. Ela disse que a estabilidade na região, particularmente na península coreana, depende em grande parte de convencer uma Coreia do Norte "isolada e beligerante" a alterar o curso e retornar às conversações de desarmamento nuclear.
A solução pacífica dessas questões no norte da península será possível apenas de a Coreia do Norte mudar seu comportamento de forma fundamental, disse Hillary aos representantes de dez países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e de países com interesses na região como Estados Unidos, China, Japão, Coreia do Sul e Rússia.
Na foto : O líder norte-coreano Kim Jong Il (e) e o presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, posam para foto antes reunião, em Pyongyang, na Coréia do Norte
Exercício militar dos EUA ameaça região, diz Pyongyang
22 de julho de 2010 | 9h 56
AE-AP - Agência Estado
O governo da Coreia do Norte afirmou hoje que os Estados Unidos e a Coreia do Sul devem cancelar seus exercícios militares programados para este final de semana e recuarem das novas sanções contra o país comunista, caso contrário colocarão toda a região
"Em meio a crescente preocupações da comunidade internacional, a Coreia do Sul e os EUA anunciaram que realização exercícios navais conjuntos", disse o porta-voz norte-coreano Ri Tong Il, segundo a agência de notícias Yonhap. "Tal medida representa uma grave ameaça à paz e segurança não apenas na península coreana, mas à toda região."
Ontem, Washington anunciou que vai impor novas sanções com o objetivo de reprimir as atividades nucleares de Pyongyang. Ri disse que quaisquer novas sanções seriam uma violação ao comunicado do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovado no início deste mês que condenou o ataque ao navio, mas não chegou a indicar um culpado pelo episódio.
"Se os Estados Unidos estão realmente interessados na retirada de armas nucleares da península coreana, deveriam interromper os exercício militares e as sanções que destroem a atmosfera para o diálogo", afirmou o porta-voz. As sanções significam o "aumento da política hostil (norte-americana) em relação à Coreia do Norte." Ele disse ainda que Pyongyang deseja se reunir com EUA e Japão fora do âmbito da reunião de segurança, que será realizada amanhã, se os países solicitarem a participação norte-coreana. No entanto, nenhuma proposta nesse sentido foi feita, informou a Yonhap.
Seul informou que não haverá reuniões individuais com a Coreia do Norte até que um pedido de desculpas seja feito a respeito do naufrágio do navio e, embora a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton e representantes de outros países envolvidos nas interrompidas negociações nucleares estejam no Vietnã, diplomatas disseram que uma reunião entre os lados é improvável.
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