segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A PLENITUDE DO SER


Como um verdadeiro gnóstico, Carl Jung reconheceu que, mesmo na melhor das hipóteses, a bondade não serve como substituto para a plenitude; ele repetia com freqüência que, a longo prazo, o que importa não é bondade ou obediência às leis morais, mas única e simplesmente a plenitude do ser.

A psicologia gnóstica sempre admitiu que a divisão artificial ou a fragmentação da plenitude do ser entre bem e mal consistia numa armadilha das forças tirânicas empenhadas em manter a humanidade acorrentada.

Dividindo a vida em metades separadas e ordenando ao ser humano que aderisse uma dessas metades, com exclusão de outra, o poder demiúrgico levou a humanidade a cometer violência contra o lado sombrio da alma e induziu-a a autocondenar-se a um estado de fragmentação e de culpa. Para restaurar o Pleroma ou experimentar a plenitude do ser, devemos conhecer o mal, o que não significa praticá-Io.

Os que fazem o mal, no verdadeiro s entido da palavra. são, quase que inevitavelmente, pessoas que agem sob uma ou várias compulsões de natureza inconsciente. Portanto, sua própria falta de autoconhecimento e, com ele, a falta de conhecimento do mal que trazem em si mesmas, obriga-as a praticar ações más e anti-sociais.

O conteúdo inconsciente não levado à Gnose da consciência é forçado a se manifestar por meio de atos compulsivos realizados. pelo ego. Como o expressou um clássico gnóstico moderno, cada ser humano é na verdade seu próprio legislador absoluto, bem como sua própria recompensa e punição.

Essa afirmação só pode serreconhecida como válida por pessoas que se emanciparam da busca unilateral de perfeição moral, conformidade com leis e mandamentos externos.

Não mais buscando abrigo na lei escrita,tais pessoas aprendem a fazer escolhas morais conscientes por si mesmas, conquistando vitórias individuais e sofrendo der rotas pessoais, de acordo com as justas constelações da vida psíquica.”


Stephan A. Hoeller

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